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Fabio Scopeta desvenda o universo da computação cognitiva

O tema da inteligência artificial povoa nosso imaginário há pelo menos cinco décadas. Geralmente, oscila de um extremo a outro: desde filmes apocalípticos em que máquinas ameaçam a existência humana até robôs bem humorados que ajudam a realizar tarefas domésticas.

Este é um termo bastante abrangente e mais presente na vida cotidiana do que normalmente percebemos. Sistemas de recomendações de compras que aprendem sobre nossas preferências, conversas com a Siri – assistente pessoal presente nos dispositivos com iOS-, sistemas de freios e de injeção de combustível que se adaptam a mudanças nas condições de direção do automóvel, são alguns exemplos.

Podemos definir, de forma simplificada, inteligência artificial como a implementação de sistemas computacionais baseados em modelos que procuram se aproximar à forma de processamento do raciocínio humano. Em 1997, um marco histórico nesta área foi o Deep Blue (sistema construído pela IBM) vencer uma partida de xadrez contra o russo Garry Kasparov – um dos maiores jogadores de xadrez de toda a história. Outros fatos relevantes foram a competição de carros autônomos, DARPA Grand Challenge, vencido pela Universidade de Stanford, em 2005, e o sucesso do IBM Watson ao vencer, em 2011, o programa de TV Jeopardy! contras dois dos maiores ganhadores do programa – humanos é claro.

Mas o que é a computação cognitiva? Esse é o termo cunhado pela IBM, que ao se apoiar no conceito de inteligência artificial e aprendizagem de máquinas, descreve uma nova era computacional em que os sistemas interagem de forma mais integrada com os seres humanos por meio da compreensão de linguagem natural, capacidade de aprendizagem e de identificação de padrões ou insights, que se assemelha ao raciocínio humano. Essas características diferenciam a computação cognitiva do termo analytics, que de forma geral se refere a aplicações que usam técnicas descritivas e modelos preditivos, para extrair conhecimento de grandes massas de dados.

Atualmente, a computação cognitiva já está sendo aplicada para solucionar diferentes desafios e reúne casos de sucesso, principalmente, nas áreas de engajamento com clientes, suporte a decisão e apoio à descoberta científica. A USAA (empresa norte-americana de serviços financeiros), por exemplo, revolucionou o relacionamento com seus clientes, na medida em que treinou seu sistema cognitivo – sim, esse é o termo utilizado na implementação desta tecnologia – para responder perguntas sobre a transição da vida militar para a vida civil, contidas em mais de 3 mil documentos.

No caso da Wellpoint (empresa norte-americana na área de saúde), a computação cognitiva oferece suporte a decisões e tem acelerado o processo de aprovação de requisições médicas para que sejam concluídas em apenas alguns segundos, frente às várias horas, ou dias, no modelo anterior. Isso só foi possível devido ao sistema ter sido treinado com 25 mil casos históricos, aos quais são aplicados técnicas de geração de hipóteses e aprendizado, baseado em evidências, para gerar recomendações que auxiliam na tomada de decisão.

Já o Baylor College of Medicine está usando computação cognitiva para acelerar seu processo de pesquisa, fornecendo aos pesquisadores, que se dedicam a estudar o câncer, novas perspectivas a serem exploradas. O sistema revela padrões, cria visualizações para as diversas possibilidades e ajuda a validar hipóteses. Isso depois de ter analisado 70 mil documentos.

Nos últimos anos, enormes avanços foram alcançados no campo da computação cognitiva, contudo esta tecnologia ainda está em sua fase embrionária, considerando o enorme potencial que tem para mudar radicalmente a forma que vivemos neste planeta, pois promete expandir nossa capacidade de resolver os problemas mais complexos da nossa era.

* Publicado na ComputerWorld em 30 de Março de 2015



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